Ordem e decência
Um dos muitos problemas que havia na igreja de Corinto era o uso errado dos dons espirituais durante o culto, especialmente o dom de línguas. Os coríntios consideravam falar em línguas como indicativo da presença de Deus, mais do que qualquer outra coisa. Portanto, falavam todos, ao mesmo tempo, sem intérprete. Em sua carta destinada a eles, o apóstolo Paulo ensina os seguintes pontos.
Primeiro, os dons espirituais são para a edificação da igreja e portanto eles têm que ser inteligíveis. De nada adianta falar em línguas sem interpretação, uma vez que a igreja não será edificada.
Segundo, nem todos falam em línguas, apesar de todos já terem sido batizados com o Espírito Santo (1Co 12:13, 30).
Terceiro, no máximo três pessoas podem falar no culto, e mesmo assim, em sequência e com interpretação. Caso contrário, as línguas não deveriam ser permitidas durante o culto, quer sejam faladas pelo pregador ou pelos membros presentes (1Co 14:27-28).
Quarto, as línguas são idiomas estrangeiros falados no poder do Espírito Santo e não frases repetidas como na fala de uma criança.
Quinto, o amor é mais importante do que as línguas. Ainda que alguém fale em todos os idiomas humanos, e até mesmo na língua dos anjos, sem amor essa pessoa não é nada.
Diante de tudo isso, é estarrecedor assistir nas redes sociais pastores tentando imitar o dom de línguas, inventando palavras como se aquilo fosse uma obra extraordinária do Espírito Santo. Sinto vergonha alheia quando vejo essas coisas. Acredito que a grande maioria dos pastores pentecostais deplora esses abusos, essa desobediência clara aos mandamentos de Deus dados através do apóstolo Paulo quanto ao uso das línguas. Eu gostaria, contudo, que houvesse uma posição mais firme no meio pentecostal contra essas manifestações fabricadas pelo homem, para evitar aquilo que Paulo escreveu, “Assim, se toda a igreja se reunir no mesmo lugar e todos se puserem a falar em línguas, no caso de entrarem pessoas não instruídas ou não crentes, será que não vão dizer que vocês estão loucos?” (1Co 14:28).
Augustus Nicodemus
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